quinta-feira, novembro 02, 2006

Noite fria

na paz da noite, quando até as estrelas já recolheram, duas mãos frias tocam-me os cabelos e uns lábios gelados sussurram-me ao ouvido. agora, dizem eles. num tom estranhamente quente. sedutor. talvez por isso tanta gente a siga quando não deve, fora de tempo. não tiveram a sorte que eu tive. de, na paz daquela noite, ao ouvir aquela voz quente, tenha visto no fundo do meu coração os olhos mais belos que alguma vez verei. da última vez que os vi, eram quentes. um calor que só erradiava para mim. agora não sei. se é frio, gélido, escaldante. mas prefiro acreditar na recordação desse calor, do que acompanhar a senhora pálida e fria dos lábios quentes. a mim, interessa-me viver a recordação do que um dia fomos. um dia, viveremos.

1 Comments:

Blogger José Rui Teixeira said...

Hoje é o dia da Saudade. Nasceu há 129 anos o poeta Teixeira de Pascoaes e deixo-lhe um abraço que retribui a insólita comunhão que os blogues proporcionam.

9:20 da tarde  

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