quinta-feira, novembro 09, 2006

Brisa

às vezes quando vais a passar, com a leveza que te é característica, dou por mim a levar-te nos braços e a voar até às nuvens, como um dia já voamos. que nuvens? perguntavas tu com a certeza de que não as havia. havia sim. há sempre. o segredo está em ser como tu e fechar os olhos, sentir a brisa. apenas. e não de querer ver tudo, qual cientista há procura da certeza mais efémera do mundo, de olhos abertos, sem dar espaço à imaginação e ao mundo perfeito que podemos criar para nós. podíamos, lembras tu, num tom amargo que não sabia poder vir de ti. e nisto grito, choro, anseio. Por Ti, digo-te eu, implorante. ofegante. no fundo, cansado de dor.