domingo, outubro 29, 2006

Juventude

às vezes penso que fomos uma paixão fugaz, que não houve Amor. que houve carne sem espírito. sonhos sem critério, esperanças ocas. nisto o chão desaba, tudo o que construímos rui e vejo-nos como dois jovens a quem tudo perturba. no jogo dos dois sonhar é muito. mas o tudo é ter pé.
cedo caio em mim. e de como não sou sem ti. e de como conseguimos ver já há muito o Amor e tudo o que ele implica. sem calma, deus ou fortuna. com alma, vida e loucura. como dois jovens num quente beira-mar. no jogo dos dois sonhar é muito. mas o tudo é o acreditar.

Carta

imagino-te a olhar pela janela, para os campos negros. se são cinzas ou o espelho da tua alma não sei dizer. mas sei que só quando voltar a ti voltarás a olhar sem medo por aquela janela. entretanto, esperas no teu canto, pensando em quem me traz, que eu venha depressa, para fazer as mais belas cores - que só comigo se vêem - florir.
sei como estás. sei que sentes a minha falta. não há nada que se possa dizer. nada que possa fazer. só quem te me deu te poderá dar-me de novo. sabes isso bem. e, às vezes, no recanto amargo do teu ser, culpas-me a mim e a quem te fez sofrer. saberás que largo um sorriso. também fizeste por te despedir de mim. não te culpes. mas não o negues. e espera por mim. sabes que, no fundo, sou tua. tal como quem me traz até ti. tua.
em ti todos Nós.
eu, a Felicidade.
Amor.